Muitas das vezes, a distância separa esses corpos que combinaram estar sempre unidos e, um dia, encontram-se na rua e têm aquele diálogo a que classifico por muito monótono: "Olá, estás boa ? Sim, comigo também está tudo bem. Bem, vou andando, adeus, gostei de te ver". E depois, o resto do caminho reflectem e lembram-se "Prometemos o "sempre" uma à outra e nunca mais falámos ! Fogo, os momentos que nós passámos foram tão intensos ! Já nem me lembrava que tínhamos sido assim tão íntimas", e, depois deste processo de reflexão, o ciclo retoma-se e voltam a esquecer o que outrora prometeram sempre recordar.
Mas claro, a vida não seria irónica se não houvesse a outra parte da história, a parte de "queremos esquecer mas lembramo-nos", é bem real, isto acontece ! Desejamos com todas as forças esquecer algo, uma pessoa ou um momento, rasgar do coração e da mente as recordações ainda guardadas, apagar da memória tudo aquilo que nos retome e que envolve tal pessoa, tal momento (...) Mas, por mais forças que tenhamos, lembramo-nos sempre ! Torna-se inevitável não pensar em tal coisa ! Parece que quando menos queremos pensar em algo, mais isso nos vem à cabeça !
Então, está mais do que óbvio que a vida é mesmo irónica ! E, pelos vistos, as nossas decisões não têm qualquer incidência no que toca ao nosso pensamento .